Chega uma hora em que realmente precisamos deixar as folhas percorrerem o caminho das águas.
E ela parou diante do rio.
Aproximou-se , e com suas mãos pequenas despejou as folhas que pertenciam a sua árvore de memórias na água.
E ficou olhando elas dançarem e seguirem seu caminho.
O outono havia chegado porque ela havia permitido.
Existem horas em que precisa-se deixar ir embora, mesmo que seja um pedaço tão importante de você.
E é estranho deixar ir embora uma memória tão linda....Não é deixa-la morrer, mas apenas deixar ela seguir seu fluxo. Parar de guarda-la apenas para si.
Deixar de cultiva-la.Deixar ela passar.
De nada vale cultivar o que não dá mais frutos. E existem outros momentos tão lindos que as vezes não aproveita-se por vivenciar a soberania da comparação.
Cada momento é único, e insubstituível.
Ela se sente livre. Sorri para seu reflexo na água e deixa uma lágrima sutilmente beijar o fundo das pedras.
E é estranho depois de tantos anos.... permitir-se viver afinal.
"Boa noite meu amor. Boa noite"
Ela diz tocando a água, sorrindo, afinal estava cumprindo o amor eterno que havia prometido.
Boa noite meu amor. Que os sonhos possam um dia entregar-me novamente em seus braços. e que através de seus braços eu seja seu sonho assim como você o meu.
E que possamos cultivar tudo que nossos olhos prometiam e que o tempo nos roubou.
Boa noite e saudades. Saudades do que um dia fomos. Com nostalgia relembro as brincadeiras bobas e a inocência que perpetuava através da franqueza .
Amo você. Amei você. Amarei você. Sempre. Nunca mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário