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Yeshua

terça-feira, 26 de abril de 2011

Deslize através de um campo extenso. Caminhando como se fossem os últimos passos em direção ao paraíso ela planava ofegante na espectativa única de poder enfim descansar. Enquanto andava, corria com seu coração pulsante. Os únicos receios tornaram figuras distantes e então o que outrora a impedia de tocar no chão hoje a faz beijar o solo com sabor nos sábios sobre coisas sábias. Aprende-se tanto que quando chega adiante não observamos que aquilo que outrora nos deteriorou foi o impulso para chegarmos aonde estamos, ou aonde almejamos. As quedas destroem sonhos fracos e revigoram os sonhos reais. Ela unta a forma daquilo que será realmente a árvore de frutos maduros. É preciso aprender cada vez mais e não perder-se ao perder. A perda traz o acerto futuro, o problema é sermos imediatistas. Tudo tropessa em nós por não sabermos esperar. Queremos agora, morremos agora, e assim nos afogamos agora como outrora na mesma hora.
Eu aprendi a olhar de outra forma as coisas. Eu aprendi a realmente olhar. E sentir as coisas que olho. Pois olhar está além dos sentidos, é o sobre-sentido sem sentido que nos faz entender e viver aquilo em nosso interior.É preciso olhar de dentro pra fora e depois reverter o que foi visto de fora para dentro.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sinto falta do que ainda nem comecei a viver. Um suspiro breve extende-se por toda sala vazia. Nas pequenas paredes cor-de-rosa desbotadas várias fotos jogadas. É chegada a hora Aurora, a hora que chora, a hora que por tanto tempo esperou[ e desesperou ] .

Sem dizer nada.... foi desde o início... Desde o momento que olhei fundo dentro de você. Você paralisou, eu sorri e tudo aconteceu.

Eu me sinto... tão viva....

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tanta coisa mudou. Tanta coisa...

quarta-feira, 6 de abril de 2011


No meio de uma tempestade avessa ele cavalga entre os campos de centeio afim de poder enfim encontra-la.
E algum dia ele vai chegar até aqui e despejar-se sobre a vontade.
Ele a procura assim como ela o procura. É simples, pouco, intenso.

sábado, 2 de abril de 2011

Eu já fui assim, cega pela dor a não ouvir ninguém nem nada. Embora eu sempre ouvisse e nunca renegasse a ajuda. Como pode alguém negar um abraço sincero em meio a tempestade? Sinceramente.... não vou correr atrás de quem não se importa.... a verdade é que poucos REALMENTE se importam com outros além deles mesmos, além de suas próprias dores e problemas. poucos veem os outros como eu vejo: um poço de sensações e histórias a descobrir. Acho que sou a única pessoa que acredita nisso... acredita que existem experiências a ser trocada... e que vale a pena aprender com o outro...
Eu me importo, mas vou aprender a não me importar...
E mesmo que eu acabe sem alguém se importando realmente ainda sim me importarei....
bah.... eu definitamente sou uma piada.... Será que só eu sou assim nesse vasto mundo?
Que ajuda e espera ao menos que a pessoa aceite a ajuda e não cuspa na sua cara? " A mão que te afaga é a mesma que lhe apedreja" , será isso..?

Sim.... eu sou uma piada....em todas as áreas... Será que só eu consigo manter sensações e sentimentos através do tempo esperando que possam tornarem-se mais concretos do que já é concreto?


Não me importo.... só espero realmente que não seja mais uma vez usada. Seja por quem for, seja por qual relação for........... eu...... só queria que se importassem........ só isso......

Os cabelos caem em seus olhos e através da memória as urnas vão sendo reconstituídas de forma voraz ao ponto de nos deixar meio tontos. A escolha, como sempre rondando-nos como um inseto, deixa a marca na pele a nos lembrar que a cada passo distanciamo-nos de algo assim como nos aproximamos. Tudo sempre é possível, até mesmo o impossível. Depende sempre do ponto de vista. Tantas vezes achamos que o imposssível fosse tão distante, e hoje vivemos um impossivel que outrora jamais imaginariamos possível viver. Somos a materialização do impossível, porque crescemos e entendemos que tudo sempre muda.Nós mudamos, as coisas mudam e os impossíveis e possíveis também mudam.
É um paradigma interessante já que se for parar para analizar um não vive sem o outro.
Quando pequenos achavamos que jamais cresceriamos, embora desejassemos tanto [ uns nem tanto] e hoje, adultos, achamos que jamais poderiamos ser crianças novamente embora a cada descoberta e passo da vida as somos de uma forma tão grande que sequer notamos.
Jamais entenderemos realmente como as coisas funcionam, tudo é sempre o começo. Tudo é sempre o fim. Pois para que,afinal, as coisas possam começar é preciso que outras terminem.
São relógios pulsando de uma forma totalmente sem sincronia, alguns com uma vida útil maior, outras menores. É como se fosse uma imensa máquina, mas uma máquina tão diferente que nem ela mesma aceita o fato de ser máquina, porém vive essa natureza. A natureza é uma máquina. Nós somos a natureza.

Somos o que não somos. Essa é a maior grandeza de todos.
Alguns admitem com um sorriso tímido, outros fogem dessa realidade de uma forma tão brutal que chegam a abraçar de vez a morte quando ao que se é. Outros ainda sim são embora não sejam, são... como entender? não existe fórmula pronta para tal fato. E nem entendimento que seja totalmente moldado a forma que imaginamos.

Vivemos no momento das regras, e explicações... para tudo é preciso ter uma resposta ou ao menos encontra-la de determinada forma. Mas existem coisas que são apenas perguntas. Assim como creio que o fim do universo será uma imensa pergunta sem resposta.... bem talvez a resposta seja o silêncio.[ Acho que essa é a resposta mais verdadeira... e a mais predadora...].

Estamos encaixados de uma forma tão simétrica na métrica do caos que jamais conseguiriamos entender o papel real, já que somos meramente uma pequena peça cheia de outras mais peças, compondo outra grandiosa peça.

Cada um é um universo a parte. Com direito a Big-Bangs de idéias, supernovas de sensações, e buraco negro de memórias.


Assumir antes de mais nada é encontrar. Após o encontro muita coisa faz sentido... e as peças, ao menos em um canto, formam alguma figura conhecida... que seja essa o caminho de volta para casa. Ou uma nova casa.
De forma devastadora os ponteiros vão dançando perante a margem daquele céu notório. E outrora o que havia sido esperado hoje se vê o que passou. Em um piscar de olhos apenas tudo mudou em tão pouco. Ontem era um meramente uma menina e hoje estou a poucos passos de sentir-me verdadeiramente mulher. Tantos emblemas estampados nas paredes junto com o grito abafado de uma vivência prematura. Crescer não é para todos.
Não são todos que aguentam as dores de enfrentar as nuvens negras no céu e antes de mais nada enfrentar-se diante de um espelho... de mil espelhos que verdadeiramente apontam quem você é e gritam seus piores defeitos e segredos.
Quebra-los de nada adianta... eles apenas multiplicam-se. Assim como idéias, sonhos e pesadelos.
Cada palavra segue da forma que você a marca. E cada decisão torna-se o caminho das palavras perdidas, migrando para cacos de vidro como flores em um jardim colorido. As vezes também existem flores de vidro e cacos de flores, pois para aqueles que pensam da forma lógica as coisas jamais serão como pensam ser. São sempre além de tudo.
Junto com as estações mudamos, porém em nosso interior um ano todo passa-se em um dia, uma primavera dura muito menos que um inverno... e o inverno inverso do verso puramente designado para ser o que se é. A lógica ilógica marcam os passos desmarcados de uma forma tão sincera como as lágrimas de uma nuvem branca que chora.
Algum dia alguém vai entender alguma coisa, embora seja totalmente incompreensível e sim apenas "sentível". O mundo real é para aqueles que sentem e morrem todos os dias ao dormir renascendo no outro dia de uma forma totalmente nova.
Não julgue, não olhe... não experimente. Apenas Seja! e então toda a falta de sentido fará sentido no sentido outrora sentido. Existem coisas que apenas são feitas para isso e basta para que exista a beleza mais pura de toda criação.
É no paradoxo que nos sentimos mais em casa, porque não exista quem seja apenas uma coisa só. Não exista quem sinta apenas uma coisa. Somos o conceito puro da explosão.


Pego-me pensando em formas abstratas tentando enfim desenha-las no mármore de forma totalmente diferente. Dedos trêmulos e lábios secos compõem a cena que permaneceu ali oculta em meu pensamento. São tantas coisas que penso e tento, poucas faço, e menos ainda compreendo. Mas ainda sim são coisas, pedaços de idéias que controem castelos em minha mente e eu ainda penso em abdicar de todo esse mundo... mas no fundo eu sou esse mundo e isso basta para querer sentir-me viva.

As vezes é preciso morrer para renascer. E nem sempre renascemos a mesma pessoa, mas ainda sim somos quem somos e quem morrem são aqueles que nos compõe. Como um jardim, ele nunca deixa de ser um jardim embora as flores e árvores tenham seu fim. Um dia o jardim também pode acabar... mas ele perpetuou e fez-se jardim e ponto.

E ainda sim no fundo sinto aquela música ecoando e as palavras soltas me chamando. Chamando-me para enfim poder entender que existe uma sinceridade plena em determinadas lágrimas e que um dia hei de encontra-las para me regar de uma felicidade plena de êxtase e segurança.