
Deslize através de um campo extenso. Caminhando como se fossem os últimos passos em direção ao paraíso ela planava ofegante na espectativa única de poder enfim descansar. Enquanto andava, corria com seu coração pulsante. Os únicos receios tornaram figuras distantes e então o que outrora a impedia de tocar no chão hoje a faz beijar o solo com sabor nos sábios sobre coisas sábias. Aprende-se tanto que quando chega adiante não observamos que aquilo que outrora nos deteriorou foi o impulso para chegarmos aonde estamos, ou aonde almejamos. As quedas destroem sonhos fracos e revigoram os sonhos reais. Ela unta a forma daquilo que será realmente a árvore de frutos maduros. É preciso aprender cada vez mais e não perder-se ao perder. A perda traz o acerto futuro, o problema é sermos imediatistas. Tudo tropessa em nós por não sabermos esperar. Queremos agora, morremos agora, e assim nos afogamos agora como outrora na mesma hora.
Eu aprendi a olhar de outra forma as coisas. Eu aprendi a realmente olhar. E sentir as coisas que olho. Pois olhar está além dos sentidos, é o sobre-sentido sem sentido que nos faz entender e viver aquilo em nosso interior.É preciso olhar de dentro pra fora e depois reverter o que foi visto de fora para dentro.
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