Uma cor sutil de fundo baseado no branco escorrega pela tela da vida dando um fundo que pode parecer bobagem, mas é essencial para que todo o resto da obra de arte seja despejado ali. Ele é a proteção contra a falta de cor e a base para a construção de algo maior, mas as vezes julgamos tolice, mera frescura e assim perpetuamos seguindo com nossas cores sem ver a magnitude que possamos alcançar ao fazer as coisas de uma maneira real e de coração. De dentro de nós provém as cores mais doces e mais sombrias, afinal de contas somos nossos piores inimigos pois sabemos todos nossos pontos fracos e nossos piores pecados, mas ao mesmo tempo temos a magia de coisas que ninguém tem. Cada um pincela com a sua cor, sua essência, sua alma e assim os quadros tornam-se distintos. Os erros fazem predonominar o acerto depois, e assim transformando aquilo que achamos a escolha errada na profundidade que deixa o quadro mais enigmático e belo. A beleza provém de um dia chuvoso, que destroi muitos muros, para depois entender que era preciso que eles caissem para nos encontrarmos realmente.
De forma aleatória as pinceladas são dadas entre lágrimas, sangue e sorrisos, entre o Sol lindo que brilha, as estrelas que abraçam e as entre linhas que nos entendem, ali vai sendo pincelado a história, nossa estória, que é real e que para quem não compreende parece mero cubismo ou pode ser comparado meramente a uma poesia dadaista sem entender que existe além de tudo, existe arte, poesia e realidade de olhos que brilham todas vezes que chovem afim de encontrar esperança neles mesmos.
Somos o milagre mais belo que existe.Somos humanos.
E assim vamos perpetuando os dias, as pinceladas, os erros... para tornar nossa passagem no mínimo eterna, no mínimo a coisa mais linda que existiu.