Aonde afinal vivem os monstros senão dentro de nossa própria cabeça? Nos podamos antes mesmo que o mundo nos condene, por ouvir a ditadura cruel e caimos em cima dos nossos sonhos. Nos julgamos antes que qualquer outro o faça para evitar a dor e assim acabamos prolongando-a de uma forma totalmente oblíqua.
De forma dissimulada as palavras do tempo entopem o cérebro de imagens irreais, fazendo com que não saibamos o real sentindo em se sentir em casa.
Tantas buscas em meio a tantas perdas. No fundo o fundo é de plástico e as flores de plástico nada são do que uma vontade árdua em poder existir de alguma forma.
Aonde vidas se tornam formas e formas se tornam um momento da vida.
Reciclamos o que somos em nome do pecado original da maça estragada. O mundo nos vende mil frutos em meio ao fast-food voraz do capitalismo e comemos porque temos fome. Nascemos com fome e no final a terra é que nos come.
Tudo em tão pouco. E com a poluição visual você entra em um extase sem começo, sem meio e sem fim. Você quer se tornar a imagem que se vende, vendendo a si mesmo, abdicando do que realmente significa ser. Você tem medo. Medo das risadas, medo dos dedos que apontam, medo de mostrar que chora.
Mundo de plástico. Engrenagens falsas. O avanço do desavanço.
No fundo tudo torna-se cada vez mais estático, e essa prisão só nos impede de voar. E isso é tudo. E isso vale por tudo.
E isso não significa nada.